quarta-feira, 4 de abril de 2012

Redução do indice da mortalidade infantil na Bahia.





O Brasil está mais perto de alcançar o quarto objetivo do milênio - Reduzir a Mortalidade Infantil em dois terços entre 1990 e 2015. Este é apenas um dos oito Objetivos do Milênio traçados pela ONU. O relatório divulgado pelo presidente Lula na última quarta-feira apresenta dados positivos para que tal meta seja atingida. 
Cristina Moraes, A Tarde
O resultado verificado entre 1990 e 2005 mostra que a taxa de mortalidade na infância vem caindo: a média nacional no período teve redução de 46,4%. Em 1990, aproximadamente 53 crianças brasileiras morriam a cada mil nascidas vivas. Em 2005, esse número caiu para pouco menos de 29. Para alcançar o quarto Objetivo de Desenvolvimento do Milênio, o país precisa diminuir o número de óbitos para menos de 18 por mil nascidos vivos até 2015.
Na Bahia a mortalidade infantil também sofreu redução, caiu de 26,6 óbitos a cada mil nascidos vivos em 1990 para 20,9 em 2006. Entre os bebês de 28 dias a 11 meses (neonatal tardia), a taxa caiu de 10,3 óbitos a cada mil nascidos vivos em 1990, para 5,9 em 2006. Já a mortalidade neonatal precoce (de 0 a 27 dias) manteve-se estável: passou de 13,6 mortes a cada mil nascidos vivos em 1990, para 12,5 em 2006.
No Estado, 70% das mortes de crianças com menos de um ano acontece nos primeiros 28 dias de vida. Os dados indicam que, mesmo com o aumento do acesso aos serviços de saúde, é necessário um avanço qualitativo na atenção oferecida à gestante, ao parto e ao recém-nascido.
Para Olga Cristina Sampaio, coordenadora de áreas programáticas da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) - que abrange a saúde da criança, mulher, adolescente e idoso - é preciso implementar atenção mais efetiva à primeira semana de vida. Na Bahia em 2006, 12 crianças morreram antes de completar sete dias, de cada mil nascidas vivas. Em 1990, a taxa era de 13 mortes a cada mil nascidas. "A maior concentração de óbito infantil é verificada entre crianças de até 28 dias, com mais ocorrências durante a primeira semana de vida. Para alterar este quadro, é preciso melhorar a atenção à saúde neonatal precoce e também a atenção pré-natal", explica.
Entre as causas mais freqüentes de morte de bebês de até sete dias na Bahia, estão transtornos relativos à prematuridade, desconforto respiratório e asfixia ao nascer, segundo dados da Diretoria de Informação em Saúde da Sesab. "Com o acompanhamento pré-natal é possível prevenir algumas complicações congênitas ou relativas à saúde da gestante, como a hipertensão, que pode resultar no nascimento de bebês de baixo peso", ressalta Olga Cristina Sampaio.
Situação nacional - No comparativo por região, o Nordeste apresentou redução na mortalidade infantil de 55,4%. A região, no entanto, ainda tem taxa de mortalidade infantil duas vezes maior que a região Sul. Segundo o relatório, coordenado pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e pela Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos, enquanto no Nordeste a taxa de mortalidade é de 31,6 mortes por mil nascidos vivos, no Sul a taxa é de 13,8.
A mortalidade infantil caiu em todos os Estados brasileiros entre 1990 e 2005 e chegou a recuar mais de 40% em Pernambuco, Ceará, Roraima, Rio Grande do Norte e São Paulo. Apesar dos resultados, a taxa pode ser considerada elevada se comparada a países desenvolvidos e até a alguns países da América do Sul, como Chile e Argentina. Mesmo com a redução em todos os Estados, as regiões Norte e Nordeste ainda concentram as maiores taxas de mortalidade infantil. “O local de nascimento de uma criança brasileira ainda determina também suas oportunidades futuras”, avalia Kim Bolduc, coordenadora-presidente do sistema das Nações Unidas no Brasil.
Segundo o relatório coordenado pelo IPEA, a tendência de queda nas taxas de mortalidade infantil deve-se às melhorias nas condições de vida do brasileiro. Nos últimos dez anos, houve avanços nas condições ambientais e sociais e na cobertura dos serviços de atenção básica à saúde. Como consequência, houve diminuição de mortes no período pós-neonatal. No entanto, verificou-se maior concentração de óbitos no período neonatal: 51,2% das mortes de crianças brasileiras com menos de um ano de idade acontecem na primeira semana de vida.

Fonte: http://migre.me/8GGrn

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